O inchaço abdominal é uma queixa muito comum e pode ter várias causas. De acordo com Vanessa Giglio, nutricionista clínica funcional e nutrigenômica, em determinados casos, o quadro está relacionado à retenção de líquidos, ao acúmulo de gases, à digestão mais lenta ou até a intolerâncias alimentares, como à lactose ou ao glúten.
“O incômodo também pode estar ligado ao consumo excessivo de sal, bebidas alcoólicas ou alimentos ultraprocessados. Vale lembrar que, em situações específicas, esse desconforto pode sinalizar condições médicas que precisam de investigação”, afirma ela.
Ao detectar inchaço abdominal, o primeiro passo, segundo a especialista, é procurar um médico para descartar causas clínicas, principalmente se o sintoma for frequente, intenso ou vier acompanhado de dor. “O nutricionista também é essencial nesse processo, porque pode avaliar hábitos alimentares, identificar padrões que favorecem o inchaço e sugerir ajustes personalizados na dieta”, diz Vanessa.
“Em alguns casos, uma abordagem multidisciplinar com gastroenterologista, nutricionista e até endocrinologista é a melhor estratégia”, pontua.
O inchaço abdominal é uma queixa muito comum e pode ter várias causas
Os ingredientes que compõem os nossos pratos influenciam diretamente a digestão, a fermentação intestinal e a retenção de líquidos.
A profissional confirma que alimentos industrializados, ricos em sódio, adoçantes artificiais e gorduras ruins tendem a aumentar o inchaço. “Já aqueles ricos em fibras, antioxidantes e com efeito diurético natural podem melhorar a função intestinal e reduzir a retenção de líquidos, aliviando a sensação de abdômen estufado”, ressalta.
Amanda Figueiredo, nutricionista clínica pela Universidade de São Paulo (USP), explica que derivados do leite, como o próprio leite, queijos e iogurte, são uma das principais causas, já que a intolerância à lactose é muito comum e pode gerar gases, cólicas e distensão.
“As leguminosas, como feijão, lentilha e grão-de-bico, também são conhecidas por provocar desconforto, pois têm fibras fermentáveis que, ao chegarem ao intestino grosso, passam por fermentação e aumentam a produção de gases”, acrescenta.
Outro ponto importante, conforme a especialista levanta, é o consumo de alimentos com glúten, como pães, massas e bolos. Em pessoas com sensibilidade ou doença celíaca, eles provocam inflamação, má absorção de nutrientes e distensão abdominal.
Os ingredientes que compõem os nossos pratos influenciam diretamente a digestão, a fermentação intestinal e a retenção de líquidos
Contudo, mais do que cortar ingredientes da dieta por conta própria, é importante contar com o acompanhamento de uma nutricionista para equilibrar a rotina, manter o intestino saudável e identificar quais ajustes realmente fazem diferença individualmente.
Alimentos que ajudam a combater o inchaço abdominal
Segundo Vanessa Giglio, frutas como abacaxi e mamão contêm enzimas digestivas (bromelina e papaína), auxiliando na digestão de proteínas. As hortaliças ricas em água, como pepino, abobrinha e alface, por sua vez, ajudam na hidratação e na eliminação de líquidos.
Chás diuréticos naturais, com hibisco, cavalinha e chá-verde, estimulam a eliminação de líquidos retidos. Já o gengibre e a hortelã têm efeito digestivo e reduzem gases.
Por fim, os probióticos, presentes no iogurte natural, no kefir e no kombucha, ajudam a equilibrar a microbiota intestinal, melhorando o trânsito e reduzindo o desconforto.
Frutas como abacaxi e mamão contêm enzimas digestivas (bromelina e papaína), auxiliando na digestão de proteínas
Amanda Figueiredo acrescenta à lista: melancia, limão, pimentão, aveia e sementes de chias.
No entanto, vale reiterar a importância de uma avaliação individualizada para diagnóstico certo e um planejamento nutricional adequado.
Fonte: Metrópoles








