María Corina, líder da oposição da Venezuela, é a vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2025

“Estou em choque”, disse a vencedora ao saber do prêmio durante ligação com o aliado Edmundo González/Foto: Reprodução

A líder opositora venezuelana María Corina Machado foi anunciada, nesta sexta-feira (10), como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz 2025, em cerimônia realizada em Oslo, na Noruega. O Comitê Norueguês do Nobel destacou sua “defesa pacífica e persistente da democracia e dos direitos humanos” diante da repressão do regime de Nicolás Maduro. O prêmio é de 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de R$ 6,2 milhões.

Em sua primeira reação, durante uma ligação com Edmundo González, aliado político e candidato da oposição nas eleições de 2024, Machado afirmou estar “em choque” com a notícia, em tom emocionado. González, que está exilado na Espanha após um mandado de prisão emitido pelo regime de Maduro, respondeu: “Aqui também estamos todos em choque de alegria”. Ele celebrou a conquista nas redes sociais, chamando a líder de “símbolo da luta por liberdade e democracia”.

De acordo com o Comitê Norueguês, María Corina Machado representa “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina”. O texto da premiação descreve a venezuelana como uma força unificadora capaz de reunir diferentes correntes políticas em defesa de eleições livres e do Estado de Direito. “Ela mostrou que as ferramentas da democracia também são as ferramentas da paz”, diz o comunicado.

Machado fundou o movimento Súmate há mais de 20 anos, voltado à fiscalização eleitoral e à promoção do voto livre. Tornou-se um dos principais rostos da resistência ao chavismo, enfrentando perseguições, bloqueios de candidatura e ameaças de morte, mas optou por permanecer na Venezuela. Segundo o comitê, “sua presença no país, mesmo sob grave risco, inspira milhões de pessoas”.

O anúncio do prêmio reacendeu o debate sobre a repressão política na Venezuela, que vive uma grave crise econômica e humanitária. O Comitê lembrou que o país enfrenta pobreza extrema, censura à imprensa e êxodo de mais de 8 milhões de pessoas, além de fraudes eleitorais e prisões de opositores. Machado, impedida de disputar as eleições de 2024, apoiou González Urrutia, que, segundo a oposição, venceu o pleito negado pelo governo.

Comitê Norueguês destaca coragem civil e resistência de María Corina Machado ao regime de Nicolás Maduro/Foto: Reprodução

O comunicado oficial ressaltou que a líder cumpre todos os critérios definidos por Alfred Nobel, ao promover a fraternidade entre as nações, a redução da militarização e a paz. “María Corina Machado personifica a esperança de um futuro em que os direitos fundamentais dos cidadãos sejam protegidos e suas vozes, ouvidas”, concluiu o texto.

Nascida em 1967, em Caracas, María Corina Machado é engenheira e iniciou a carreira no setor privado antes de dedicar-se à política. Foi deputada da Assembleia Nacional e fundadora da organização Vente Venezuela, além de ter criado a fundação Atenea, dedicada à educação de crianças em situação de rua. Em mais de três décadas de atuação, tornou-se o principal nome da oposição democrática no país e, agora, entra para a história como a primeira venezuelana a receber o Nobel da Paz.

Fonte: Contilnet

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