Nos municípios, a situação é mais estável: 62% dos docentes têm vínculo efetivo, embora 35,4% ainda estejam contratados temporariamente. Já nas unidades federais, 86,2% dos professores são efetivos e 13% temporários.

Além disso, no estado do Acre, 81,7% dos professores têm graduação no ensino superior, enquanto 16,6% têm apenas o ensino médio e 1,8% possuem apenas a formação no ensino fundamental — sendo esta a maior porcentagem do país.

Ainda sobre o perfil dos professores, 78,9% são mulheres e 21,1% são homens. Em relação à faixa etária, 3,3% têm até 24 anos, 9,1% entre 25 e 29, 27,5% entre 30 e 39, 34,4% entre 40 e 49, 12,1% entre 50 e 54, 8,1% entre 55 e 59 e 5,4% têm 60 anos ou mais.

O Acre só possui um percentual maior de professores graduados que os seguintes estados: Amazonas (81,3%), Pernambuco (80,3%), Bahia (77,3%), Alagoas (77,3%), Rio de Janeiro (73,7%) e Maranhão (67,1%).

Para a coordenadora de Políticas Educacionais do movimento Todos Pela Educação, Natália Fregonesi, a alta proporção de temporários compromete a qualidade do ensino. Segundo ela, esses profissionais frequentemente enfrentam remuneração menor, menos benefícios e precisam trabalhar em múltiplas escolas para completar a carga horária.

A formação dos professores também chama atenção: em 2014, 87,2% tinham graduação; em 2023, esse número subiu apenas para 87,5%. Ainda há 295 mil docentes com escolaridade até o ensino fundamental ou médio. Além disso, muitos lecionam disciplinas fora de sua formação, como professores de Matemática ensinando Física, o que agrava os desafios na qualidade educacional.

Para tentar reverter o cenário, o governo federal lançou em 2024 o programa Pé-de-Meia Licenciaturas, que oferece R$ 1.050 por mês para estudantes de licenciatura presencial, como forma de incentivo à formação docente.