Após vencer câncer e receber diagnósticos de TEA e TDAH, mulher é empossada no TCE

Risoleta tomou posse no TCE-AC/Foto: Reprodução

Aos 37 anos, a acreana Maria Risoleta Cardoso tomou posse, nesta terça-feira (5), no cargo de analista ministerial do Tribunal de Contas do Estado do Acre (TCE-AC). Com 16 anos de experiência como policial penal, a nova servidora enfrentou uma trajetória marcada por desafios até alcançar a aprovação no concurso.

Risoleta afirma que sempre tentou estudar para concursos, mas não conseguia manter uma rotina estável. Em 2014, sua mãe foi diagnosticada com câncer de mama. A situação foi agravada pelo histórico familiar: o pai havia falecido de câncer de próstata e uma irmã, vítima de câncer de pulmão.

Um ano depois, a própria Risoleta recebeu o diagnóstico de câncer no reto. O tratamento foi concluído no início da pandemia, mas deixou como sequela uma colostomia permanente, abertura no abdômen para desvio do trânsito intestinal, exigindo o uso de bolsa coletora por toda a vida. A entrevista de Maria Risoleta Cardoso foi concedida ao Portal Acre.

Risoleta tem a corrida como um dos seus maiores apoios na vida/Foto: Reprodução

Após a perda da mãe, Risoleta recebeu também os diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1 de suporte e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Com acompanhamento adequado, conseguiu melhorar seu desempenho nos estudos. “Se uma pessoa em condições normais conseguia estudar 100, eu conseguia, com remédios e terapia, estudar 40”, afirmou.

Em 2021, ela decidiu retomar a preparação, com apoio do esposo, cursos online, simulados e provas cronometradas. A primeira aprovação veio após dois anos, para os cargos de Técnico e Analista Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (TRT-14), mas não foi convocada. Também foi aprovada para Oficial de Justiça no Tribunal de Justiça do Acre, mas novamente fora do número de vagas.

Um dos maiores desafios de Risoleta foi ter superado um câncer/Foto: Reprodução

A nomeação no TCE-AC encerra um ciclo iniciado há 17 anos, quando Risoleta passou em um concurso para estágio no mesmo órgão, ainda durante a faculdade de Direito, mas não pôde assumir por já ter tomado posse no Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen). “Fiquei bem triste na época porque eu queria muito vir, aprender algo aqui. Mas não deu certo. Então, 17 anos depois, eu posso tomar posse como servidora efetiva”, relatou.

Além do trabalho, Risoleta é escritora e compartilha sua rotina nas redes sociais, onde soma cerca de 14 mil seguidores. “Essa posse significa que eu não posso mais duvidar de mim e que devagar se chega ao longe”, afirmou.

Fonte: Contilnet

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