Em entrevista exclusiva concedida ao ContilNet nesta semana, o senador Márcio Bittar (UB) falou sobre a disputa pela reeleição em 2026 e avaliou os nomes que estão colocados na concorrência por duas vagas no Senado Federal.
Bittar considera que o governador Gladson Cameli é o favorito para a primeira cadeira — como apontam as pesquisas de intenções de voto — e diz que tem fortes oponentes na disputa pela segunda vaga.
“Querido, eu vou usar uma frase que eu já usei, mas quem carimbou ela mesmo é o Gladson. Eu não menosprezo ninguém. Você tem vários nomes postos aí, todos eles com muita propriedade, com muita legitimidade. Você tem aí nomes que já foram colocados”, afirmou.
A primeira possível candidata avaliada por Bittar é a ex-deputada federal Jéssica Sales (MDB), vista pelo político como uma excelente parlamentar.
“Você coloca a Jéssica Sales, que é um nome que fez excelentes mandatos de deputada federal. Perdeu uma eleição no fio do cabelo, na unha, né? Uma coisa assim milimétrica, menos de 200 votos. Então, você tem que respeitar o nome como o dela”, afirmou.
Do mesmo partido de Jéssica, também está entre os possíveis candidatos o ex-prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, que também foi bem avaliado por Bittar.

“É outro nome também que você tem que respeitar. O cara foi prefeito duas vezes, ficou em segundo lugar em Rio Branco, e claro, nossa aliança era mais poderosa que a dele, mas mostrou força. Então é outro nome que tem que ser respeitado”, pontuou.
Integrante do mesmo grupo ideológico da direita, a ex-deputada Mara Rocha é vista por Bittar como um forte oponente.

“Ela foi a deputada federal mais votada naquela eleição. Eu acho que só quem foi mais votado que ela na história fui eu em 2010. Foi candidata a governadora, teve uma boa performance, teve uma boa votação. Também tinha uma estrutura muito pequena. É uma pessoa muito simpática. Tem uma performance na televisão, na comunicação. Eu considero uma das melhores. Eu acho que ela se comunica bem pra caramba, super simpática, super carismática e tal. Então, você tem que respeitar”, considerou.
Bittar fez questão de afirmar que tem interesse em formar chapa com Gladson.

“Gladson nem se fala. Eu comungo da opinião de todo mundo, e por isso que eu quero e não escondo o que eu quero. Eu falei a vida inteira, eu quero aliança com o PP. Eu quero ser colega dele de chapa. Porque tem lógica as alianças dos dois partidos. E porque é óbvio e evidente que ele me ajuda muito. Eu não ajudo ele quase nada, mas ele me ajuda”, disse.
Sobre Petecão, Bittar fez questão de relembrar a trajetória do político.

“Tem o Petecão também. Não dá pra você tirar um cara que tá com trinta e poucos anos de mandato ininterrupto, que foi presidente da Assembleia por oito anos. Você pode não gostar ou gostar, mas o cara tem capacidade. Quer dizer, o cara tá eleito aí desde 94. Quando terminar esse mandato, ele tá com trinta e dois anos de mandato. Você vai menosprezar um cara desse? Ele tem um puta partido na mão. É um dos sete grandes partidos do Brasil”, explicou.
O senador não deixou de falar de um dos seus maiores adversários nas eleições e no campo ideológico: o ex-governador e presidente da ApexBrasil, Jorge Viana (PT), o candidato do presidente Lula no Acre.

“Ah, e o Jorge. Eu vou menosprezar o Jorge? Porque eu sei que é o candidato do Lula, que é o candidato do governo, de todas as estruturas do governo. Só Deus sabe quem vai ser o senador da segunda cadeira. Já tem um monte de nomes aí que todos eles você tem que respeitar. Não são nomes quaisquer. Nomes que têm história, têm performance, enfim. Já fizeram campanha, já venceram, sabem o caminho das pedras e tal. Ponto. Agora, eu hoje tenho melhores condições, eu não tô me comparando aos outros. O que eu tinha pra dizer dos colegas eu já falei. Eu, em 2018, eu estava sem mandato… Enfim, então hoje pelo menos eu tenho mandato, né? Tenho obras pra apresentar e tal. Então, eu acho que, assim, pessoalmente hoje eu vou pra uma campanha com algumas coisas que eu não tive em 2018”, acrescentou.
Federação do UB com o PP
Bittar disse também, ao longo da entrevista, que acredita na federação entre o PP e o União Brasil. Ele anunciou, nos últimos dias, que vai sair do UB para ingressar no PL, o partido de Bolsonaro.
“Eu acho que sim, vai se concretizar. Eu tenho boas relações com a cúpula do PP e com a cúpula do União Brasil. Conversei com pessoas. Eu sempre soube que, para o PP, essa federação tinha saído há mais tempo. Eu sei disso pela boca do Ciro Nogueira, mas não só pela boca dele. O que atrasou um pouco era mais o União Brasil, que ainda tinha muito mais coisa interna para resolver. Então, o que eu sei é que eu ouvi do próprio Rueda, o líder do UB, e do Davi Alcolumbre. Então, o que está faltando, parece que agora, quando o Davi Alcolumbre voltar da viagem para o Japão, semana que vem, é anunciar a federação e com um prazo de 30 dias ou 60 dias para apresentarem o estatuto deles, as normas que vão vigorar. Então, o que está faltando é exatamente estabelecer critérios, por exemplo, onde tiver divergência, como será resolvido, vai ter uma voz única que vai dizer para onde vai ou você vai ter aí uma espécie de conselho que vai dirimir. Eles estão se debruçando, a decisão está tomada, mas falta eles estabelecerem quais serão os critérios para outros estados em que não houver consenso”, afirmou.
“Mas isso aí, como você disse, é um caso deles, e eu não tenho que me meter nisso, tanto que eu não me meti, porque como todos eles sabem que eu vou disputar a reeleição no PL. Não seria correto eu ir para a reunião que vai discutir federação e dar palpite. Então, eu não participei de nenhuma reunião, e não é correto que eu tivesse ido, buscado e tal. Então, não fui, porque não devia mesmo”, finalizou.
Everton Damasceno