Casal e jovem no Acre contam como é a jornada de estudos para se tornarem pastores: “Doação em prol da vida”

O grupo participa da mesma igreja e está se formando junto no curso de Teologia/Foto: Cedida

As igrejas evangélicas tiveram diversos símbolos e líderes viralizando na internet com os “pastores mirins”, o que leva muitas pessoas a acreditarem que para ser, basta fazer, entretanto o caminho para se tornar pastor pode ser um pouco diferente deste.

Para entender melhor como funciona este processo, a equipe do ContilNet conversou com três estudantes de Teologia, que frequentam a Igreja Presbiteriana Independente, na capital do estado do Acre, Rio Branco, e contam um pouco de como é a preparação para se tornarem pastores um dia.

Jefferson Batista de Souza é um destes estudantes, que ao lado de sua esposa, Suzel Bezerra Chaves, estudam para um dia poderem exercer a função juntos.

“Não é da mesma forma em todas as igrejas, mas a denominação da qual fazemos parte tem a exigência do estudo em teologia, inclusive a faculdade que fazemos (faculdade de teologia da Igreja Presbiteriana Independente) é reconhecida pelo MEC, mas o estudo formal é só uma parte da exigência, no nosso caso, a pessoa quando demonstra o interesse de fazer o curso, passa por um período de observação e após a formação para poder assumir alguma igreja a pessoa passa por uma espécie de entrevista com o presbitério para saber se ela é apta a assumir a função”.

Alícia Tais diz que o “chamado” acontece antes do começo do curso/Foto: Cedida

Suzel Chaves reforça ainda que, antes de entrarem no curso superior, os interessados passam por um período de observação. “Ao despertar esse interesse por esse ministério, a pessoa fica em observação por um ano mais ou menos, depois é ingressa na faculdade, e para poder assumir o Pastoreio de alguma igreja a gente passa por uma espécie de sabatina, onde somos avaliados se estamos aptos ao pastoreio”, explica.

Alícia Tais, amiga do casal e que também faz parte do curso mesmo curso de Teologia, explica que apesar do estudo ser importante, em nem todas as igrejas ele é necessário, e algumas delas formam “em casa” os seus novos líderes.

“É necessário que a pessoa curse os 3 anos de faculdade de teologia, e após isso, ainda passa por um processo de avaliação, para que a igreja receba alguém preparado. Mas existem outras denominações em que não é necessário o curso de bacharelado em teologia, acaba havendo uma preparação e escolha própria da igreja”, explicou.

O grupo comenta que tudo começa com o que eles denominam de “O chamado”, o que normalmente acontece muito antes do processo para se tornar pastor em si. “Essa pessoa já apresenta características que demonstram habilidade de ‘pastoreio’, expressas no cuidado com os irmãos, no ensino, na capacidade de relacionamento e instrução. Muitas vezes já serve a comunidade com seus dons e talentos, e acabam por liderar a igreja de algum modo”, conta Alícia Tais.

“Esse ministério exige uma doação muito grande de você em prol de outra vida, e o sentimento de incapacidade sempre surge, mas Deus tem sustentado minha vida e me feito entender que é através da minha incapacidade que sua Glória é revelada”, explica Suzel Chaves.

Ela tem a oportunidade única de poder seguir o caminho dentro da igreja ao lado de seu esposo, e comenta sobre a oportunidade de se doar à Igreja junto de seu parceiro de vida.

A imagem retrata o momento em que o grupo foi apresentado como seminaristas da igreja/Foto: Cedida

“Fazer isso com meu esposo tem sido muito bom, além do apoio, os estudos tornam-se mais dinâmicos, a gente debate, conseguimos enxergar outras perspectivas juntos, no geral o impacto nesse processo foi positivo por saber que tenho com quem contar, que tenho além de esposo um companheiro de ministério, saber que esse é nosso propósito de vida juntos é especial”, disse.

Já ele, diz que a presença feminina é importante dentro da comunidade evangélica e que a visão dela é importante para o estudo e evolução. “Algumas igreja não reconhecem o pastoreio feminino, ao contrário da nossa, e toda a vivência dela como mulher traz uma visão que muitas vezes eu posso não ter, e também eu quando a igreja somos enriquecidos com essa diversidade”.

Sobre a possibilidade de atuarem juntos à frente de uma igreja, Jefferson Souza comenta que é sim um caminho, já que a atuação feminina faz parte da igreja que frequentam. “Existe sim essa possibilidade, inclusive a nossa igreja foi “plantada” por um casal de pastores, então existe, e seria muito bom se fosse dessa forma porque podemos nos apoiar, ter do lado alguém que entende as mesmas dificuldades”, encerrou ele, reforçando que gostaria de atuar ao lado da esposa.

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