Líder da bancada da bala na Câmara dos Deputados diz não ser contra a quem fuma maconha

Deputado Alberto Fraga deu a declaração durante a reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara — Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados

“Tem gente que fuma um baseado para descontrair, mas é um cumpridor dos seus deveres. Já o da cocaína eu penso diferente. Mas eu já estou indo para a ideia, hoje em dia, eu digo para os meus policias, não prendam, não adianta prender”, defendeu, nesta quarta-feira (9), em Brasília, o deputado Alberto Fraga (PL-DF).

Presidente de uma bancada de deputados federais no qual se agrupam militares reformados, policiais civis e federais organizados na frente parlamentar composta por políticos que defendem o armamento civil, flexibilização de leis relacionadas a armas e contra políticas desarmamentistas, também chamada de “bancada da bala”, Fraga questiona a referência ao grupo que ele preside. Do Acre, o deputado federal Coronel Ulysses aújo (UB-AC) é apontado como membro do grupo.

“Não somos a bancada da bala. Somos a bancada da segurança pública”, definiu o deputado ao anunciar que é, por exemplo, a prisão de usuários de maconha e que há gente que “fuma para descontrair, mas é cumpridor de seus deveres”.

A declaração ocorreu na sessão em que a Comissão de Segurança Pública da Casa, na votação de projeto para incluir exigência de exame toxicológico nos requisitos para autorizar posse ou porte de arma de fogo. “Tem gente que fuma um baseado para descontrair, mas é um cumpridor dos seus deveres. Já o da cocaína eu penso diferente. Mas eu já estou indo para a ideia, hoje em dia, eu digo para os meus policias, não prendam, não adianta prender”, afirmou.

Fraga acompanhou o relator do projeto, Paulo Bilynskyj (PL-SP), em voto para rejeitar a inclusão da exigência do exame toxicológico. “Eu entendo a preocupação de alguns, mas se várias categorias que usam a arma de fogo como instrumento de trabalho não lhe é exigido, para que pegar o cidadão de bem com mais uma exigência absurda do que já vem sendo feito? ”, disse, afirmando que a medida estaria “disfarçada” para desarmar a população.

O líder da bancada da bala rebateu argumento do parlamentar Capitão Augusto (PL-SP), que disse saber separar muito bem o “cidadão de bem” do “cheirador de cocaína e maconheiro”. “Se eu puder evitar que esse pessoal tenha as mesmas prerrogativas que nós temos, eu estarei lutando contra”, afirmou.

Segundo Alberto Fraga, “não é o maconheiro que preocupa a gente”. “Isso é para atingir justamente a pessoa de bem. São cidadãos que deixam seu CPF e seu endereço para comprar uma arma de fogo, coisas que os bandidos não fazem”, disse.
O parecer de Bilynskyj foi rejeitado por 14 votos contra nove, com a união de governistas e opositores para enterrá-lo. A proposta para exigir o exame segue para a Comissão de Constituição e Justiça da Casa antes de ir ao plenário.

Deylon Félix

Fonte: Contilnet

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