A pressão do presidente do Senado, David Alcolumbre (UB-AP), junto ao Governo Federal, para que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente do Brasil, conceda o licenciamento para exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, no Estado do Amapá, deixou a ministra Marina Silva muito irritada. O senador passou a impulsionar a proposta para tentar impor nova derrota a Marina no Congresso Nacional e pressionar pela liberação da exploração de petróleo na foz do Amazonas.
O texto estava travado e, por pressão de Alcolumbre, voltou a tramitar na quinta-feira (7) com um relatório alinhado com os desejos da bancada ruralista, o que levou a ministra a se posicionar sobre o documento. “Identificamos vários pontos que, na nossa avaliação, desde sempre constituem um grande retrocesso e um desmonte do processo de licenciamento no Brasil. Esses retrocessos vieram da Câmara dos Deputados e permaneceram no relatório apresentado. Estamos fazendo uma discussão interna no governo para possível reversão desses retrocessos”, disse a ministra.
O projeto flexibiliza e moderniza uma série de normas, sendo considerado pelos críticos como uma das principais pautas do chamado “pacote da destruição”. Enquanto Alcolumbre articulou o avanço do projeto, o Palácio do Planalto foi omisso e deixou Marina isolada na posição crítica ao texto. “O Ministério o tempo todo vem acompanhando todas essas matérias [sobre meio ambiente], esse [projeto] do licenciamento sempre foi uma grande prioridade para o ministério, e estamos em diálogo tanto com o parlamento quanto, sobretudo, internamente no governo”, afirmou Marina.
Fonte: Contilnet