A Associação de Moradores do Conjunto Castelo Branco, em Rio Branco, enviou um expediente à mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) pedindo que os deputados estaduais intercedam junto à Prefeitura de Rio Branco para impedir a transferência do Centro Pop, que presta assistência às pessoas em situação de rua, para aquela localidade da cidade.
Atualmente, o Centro Pop está localizado na Rua Floriano Peixoto, próximo à sede da Rádio Difusora Acreana, na chamada Praça da Catedral. Há informações de que a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos pretende transferi-lo para o Conjunto Castelo Branco, no bairro Floresta Sul.
Moradores recorreram aos deputados para impedir transferência/Foto: Reprodução
No documento enviado à Aleac, a direção da Associação de Moradores não especifica as razões detalhadas da recusa, mas a principal preocupação seria com os problemas envolvendo as pessoas em situação de rua que ocupam logradouros públicos nas imediações do Centro Pop. Segundo os moradores, essa população acaba se envolvendo em pequenos furtos, uso de drogas em via pública e, em casos mais extremos, em agressões e até tentativas de homicídio.
O requerimento pede que o secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Marcos Luz, seja instado a não promover a transferência do Centro Pop para o tradicional conjunto habitacional.
“Qualquer lugar que o Centro Pop for, vai ter manifestação, vai ter indignação”, diz promotor
Em entrevista ao podcast Em Cena, do ContilNet nesta segunda-feira (31), o promotor de Justiça Thales Ferreira, titular da Promotoria de Direitos Humanos e Cidadania, enfatizou a importância de um novo local que atenda melhor às necessidades da população em situação de rua e anunciou possíveis espaços que podem abrigar o serviço.
O promotor Thales Ferreira foi o convidado do podcast Em Cena nesta segunda/ Foto: ContilNet
“Nós vamos cobrar saúde, educação, esporte, lazer, inserção no mercado de trabalho, se for possível, e tiver condições, recuperação, redução de danos, pra quem faz uso de bebida e álcool aproximadamente. É isso que a gente tem que ter. Olhar pra essa pessoa de um modo integral, porque a gente não quer só tirar o Centro Pop dali, e falar assim, tirando o Centro Pop, e o Centro, não tem mais ninguém aqui de pessoas expostas na rua. A mudança do Centro Pop, essa decisão, ela cabe à administração, ela cabe ao prefeito principal, pra onde o Centro Pop vai”, ressaltou.
Sobre as opções para realocação do serviço, o promotor mencionou que já há algumas sugestões em pauta.
“Existem alguns locais que a prefeitura já definiu como locais sendo apropriados pelo espaço, que é o Castelo Branco, na Sobral, ou outro local. E assim, a qualquer lugar que o Centro Pop for, vai ter manifestação, vai ter indignação das pessoas, enquanto elas olharem para essas pessoas como pessoas marginalizadas, como pessoas criminosas, como pessoas que só fazem uso de drogas, como pessoas que não querem trabalhar. E não é isso que o Ministério Público quer. O MPAC que proporcionar dignidade a essas pessoas”, afirmou.
Everton Damasceno
Fonte: Contilnet