A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não conseguiu intimar o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para prestar depoimento em uma investigação que apura tentativas de interferência no Judiciário brasileiro, com foco na defesa de interesses do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a corporação, mesmo com comprovantes de recebimento, o parlamentar não respondeu a e-mails, mensagens via WhatsApp e ligações telefônicas. A situação foi detalhada em ofício enviado ao STF no último dia 2 de junho.
Eduardo está nos Estados Unidos desde março. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele tem articulado ações junto a autoridades norte-americanas para pressionar o ministro Alexandre de Moraes, incluindo pedidos de sanções diplomáticas, comerciais e bancárias contra o magistrado do Supremo.
Apesar da recusa em responder às tentativas da PF, o ministro Alexandre de Moraes autorizou que Eduardo Bolsonaro preste depoimento por escrito, mesmo permanecendo no exterior.
Suspeitas da PGR
A investigação da PGR envolve possíveis crimes como:
- Obstrução de Justiça
- Coação no curso do processo
- Tentativa de atentado à soberania nacional
Segundo as investigações, há indícios de que Eduardo atua para internacionalizar o embate político do bolsonarismo com o Supremo, tentando mobilizar apoio de autoridades estrangeiras contra decisões do Judiciário brasileiro — especialmente as tomadas por Moraes.
O caso faz parte de um conjunto de inquéritos que apuram a atuação de aliados do ex-presidente em tentativas de minar as instituições democráticas, incluindo os casos das milícias digitais e da Abin paralela.
Até o momento, Eduardo Bolsonaro não se manifestou publicamente sobre a intimação frustrada nem sobre a investigação em curso.
Fonte: Contilnet