O clima ficou tenso no acampamento Marielle Franco, localizado no bairro Defesa Civil, em Rio Branco, após denúncias contra o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e pré-candidato ao Governo do Acre pelo PSOL, Jamyr Rosas. O caso levou o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) a intervir para evitar confrontos entre os moradores nesta sexta-feira (24).
Jamyr, que se tornou recentemente o nome escolhido pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, para disputar o Governo do Acre, tem sido acusado por parte dos moradores da ocupação de praticar chantagem e ameaças para definir quem receberá as moradias do programa Minha Casa Minha Vida — Entidades.
Durante uma reunião acompanhada pelo MPAC, uma moradora — que pediu para não ser identificada — fez um desabafo e acusações contra o líder do movimento:
“A gente tem que fazer pix, trabalhar na cozinha. É chantagem, ameaça de tomar casa. A gente pede que o MPAC investigue as condutas do Jamyr Rosas com os moradores da ocupação”, afirmou a mulher, sob aplausos e gritos de apoio.
Jamyr Rosas nega as acusações e defende que o movimento apenas cumpre os critérios exigidos pela modalidade “Minha Casa Minha Vida — Entidades”, voltada a famílias organizadas em associações ou cooperativas.
“Desde o início a gente sempre deixou claro que o Estado tem seus critérios, o governo federal tem os dele e o movimento tem os seus. Aqui é uma modalidade chamada Minha Casa Minha Vida Entidades, e a entidade tem seus critérios. O critério é pontuação. Tudo aquilo que você participa, você pontua”, declarou Jamyr, que também é coordenador do MTST no Acre.
O MPAC, representado pelo promotor de Justiça Thales Ferreira, foi até o acampamento e informou que está acompanhando o caso para garantir a transparência e o cumprimento da lei no processo de distribuição das casas.
“O Ministério Público quer garantir o direito à moradia digna e verificar se os critérios legais estão sendo observados. Nosso papel é acompanhar e evitar qualquer tipo de conflito entre os grupos”, afirmou o promotor.
Apoio de Boulos
A polêmica ocorre poucos dias após Jamyr Rosas se reunir com Guilherme Boulos, ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República e uma das principais lideranças nacionais do PSOL.
Durante o encontro, realizado neste mês, Boulos declarou publicamente apoio à pré-candidatura de Jamyr ao Governo do Acre.
“Povo de luta do Acre! Jamyr é guerreiro de luta, de cozinha solidária, de luta por moradia. Vai ser, no ano que vem, o nosso candidato a governador do Acre”, disse Boulos na ocasião.
Fonte: Contilnet








