Rio Branco tem alto índice de infestação e pode enfrentar nova epidemia de dengue

A cidade de Rio Branco apresenta um dos índices mais elevados do estado/Foto: Reprodução

O mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) aponta que Rio Branco está em situação de risco para uma epidemia de dengue. O levantamento faz parte do 2º LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti), realizado entre 19 de julho e 1º de agosto de 2025, e revela que a capital acreana apresentou índice de infestação predial de 4,2%, acima do limite considerado seguro pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de até 1%. O número representa um aumento de 20% em relação ao mesmo período de 2024, quando o índice foi de 3,5%, e coloca Rio Branco entre os dois municípios do estado classificados como de risco, ao lado de Porto Walter.

De acordo com o levantamento, os depósitos de água ao nível do solo continuam sendo os principais criadouros do mosquito Aedes aegypti, responsáveis por 77,7% dos focos encontrados na capital. São recipientes como caixas, tambores e baldes usados para armazenar água, especialmente em regiões que sofrem com abastecimento irregular. Outros 16% dos focos estão em recipientes móveis, como vasos de plantas e potes pequenos, e 6,3% em materiais inservíveis, como pneus, garrafas e entulhos. Esses dados reforçam que a maior parte dos criadouros está dentro das residências ou nos quintais, o que evidencia a importância da colaboração direta da população no combate ao mosquito.

O boletim da Sesacre destaca que o resultado do levantamento coloca Rio Branco em situação de alerta máximo e exige medidas emergenciais por parte do poder público e da população. A secretaria recomenda que o município intensifique as ações de vigilância, mobilize agentes de endemias e realize mutirões de limpeza nos bairros com maior índice de infestação. Também é recomendada a atualização do plano municipal de contingência para epidemias de arboviroses, a ampliação das campanhas de conscientização e o fortalecimento do trabalho educativo junto às comunidades.

Desde o início de 2025, o Acre enfrenta alta no número de casos de dengue, o que levou o governo a decretar situação de emergência em saúde pública. Embora o ritmo de notificações tenha diminuído nos últimos meses, o aumento da infestação do Aedes aegypti em Rio Branco acende um alerta para o fim do ano, quando as chuvas voltam a se intensificar e favorecem a reprodução do mosquito. A Sesacre reforça que o combate à dengue depende de ações conjuntas entre o poder público e os moradores, com atenção redobrada para eliminar depósitos de água parada.

A população deve ficar atenta aos sintomas da doença, como febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, náuseas e manchas vermelhas na pele. Em caso de suspeita, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde para diagnóstico e acompanhamento. O tratamento precoce é essencial para evitar complicações graves, como a dengue hemorrágica, e reduzir o número de internações.

A Sesacre afirma ainda que pequenas ações cotidianas podem fazer grande diferença na prevenção. Manter caixas d’água bem tampadas, limpar calhas e quintais, eliminar pneus e garrafas e evitar o acúmulo de lixo são atitudes fundamentais para conter a proliferação do mosquito. Em caso de identificação de focos do Aedes aegypti, a população pode acionar o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Rio Branco ou o Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial (Nudtv), pelo e-mail [email protected].

Fonte: Contilnet

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