Tarifa de R$ 2 milhões para aviões gera preocupação no Planalto antes da COP30 no Pará

Governo aciona órgãos e promete medidas judiciais contra abusos durante a COP30/Foto: Reprodução

A organização da COP30 enfrenta dois entraves em Belém (PA): os altos valores cobrados pelo estacionamento de aeronaves privadas e a disparada das tarifas de hospedagem na rede hoteleira da cidade. O governo federal acionou a Justiça e mobilizou órgãos de fiscalização para conter os preços, considerados abusivos.

Um levantamento feito pela Casa Civil da Presidência e pelo Ministério das Relações Exteriores apontou que a Líder Aviação, responsável por táxi aéreo no Aeroporto Internacional de Belém, estaria cobrando até US$ 400 mil (R$ 2,1 milhões) para “hospedar” aeronaves em seu hangar durante a conferência. O valor foi classificado pelo governo como o mais alto do mundo para esse tipo de serviço e pode dificultar a participação de delegações estrangeiras já confirmadas.

Procurada, a empresa não confirmou os números e disse que os preços variam de acordo com porte da aeronave, tempo de permanência e serviços solicitados. A concessionária Norte da Amazônia Airports (NOA), que administra o aeroporto, também declarou desconhecer a existência de um valor fixo. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que acompanha a situação, mas ressaltou não ter competência legal para intervir nos preços, ainda que esteja em contato com a administração aeroportuária.

Além da questão aérea, a hospedagem em Belém se tornou outro foco de preocupação. Levantamento da Defensoria Pública do Pará mostrou que hotéis e imóveis listados em plataformas como Booking.com e Agoda chegaram a ter diárias até 20 vezes mais caras do que no tradicional Círio de Nazaré. Um quarto duplo que custava cerca de R$ 5,1 mil no período da procissão religiosa chegou a ser anunciado por R$ 105,9 mil para o período da COP30 — alta de 1.976%.

Diante do cenário, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o governo vai recorrer à Justiça contra práticas abusivas no setor. Ele destacou que a organização do evento precisa garantir condições adequadas de mobilidade e hospedagem para evitar prejuízos à imagem do Brasil diante da comunidade internacional.

A COP30, conferência da ONU sobre mudanças climáticas, será realizada em Belém em novembro de 2025 e deve receber dezenas de chefes de Estado e delegações de todo o mundo.

Fonte: Contilnet

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