Durante o Festival Atsa Puyanawa, que acontece até o próximo dia 23 de julho, no município de Mâncio Lima (AC), a presença de visitantes internacionais tem chamado atenção. Entre os turistas, está a jornalista e documentarista Tuuli Roosma, da Estônia, que chegou à região acompanhada do marido, também profissional da comunicação, e dos dois filhos. A família está há cerca de um mês no Vale do Juruá com o propósito de registrar e vivenciar a diversidade cultural do Brasil, especialmente a indígena.
Em entrevista concedida com tradução de Ioannis Orfanos, Tuuli compartilhou sua admiração pela comunidade Puyanawa. Para ela, o mais impressionante é como uma aldeia aparentemente pequena pode carregar tamanha força cultural.
“Mesmo com uma população pequena, a força cultural do povo Puyanawa é muito, muito forte. Isso nos impressionou profundamente. A cultura é rica, viva, e nos tocou de forma muito especial”, disse Tuuli, emocionada.
A vinda da família à aldeia Puyanawa aconteceu de forma espontânea, depois de uma visita a membros do povo Huni Kuin. Lá, eles ouviram falar sobre o festival e decidiram conhecer de perto, mesmo sem contato prévio com os anfitriões.
Família está há cerca de um mês no Vale do Juruá com o propósito de registrar e vivenciar a diversidade cultural do Brasil. Foto: ContilNet
“Nós não sabíamos muito sobre o festival, mas decidimos vir. Não conhecíamos ninguém aqui e depois entendemos que era importante pedir permissão ao cacique. Viemos assim mesmo, e fomos recebidos com muito carinho”, contou Tuuli.
A conexão entre a Estônia e os povos indígenas brasileiros começou fora do Brasil. O marido de Tuuli conheceu um líder Huni Kuin durante uma visita cultural na Europa, o que despertou o interesse da família pela realidade dos povos originários da Amazônia.
A presença dos estonianos no Festival Atsa Puyanawa mostra o impacto internacional que a cultura indígena pode exercer, principalmente quando é vivenciada de forma respeitosa e imersiva. O evento, que reúne rituais tradicionais, apresentações culturais e diálogos entre povos indígenas e visitantes, vem se consolidando como um importante espaço de valorização e visibilidade para os Puyanawa.
A família estoniana continua na região até o fim do festival, registrando imagens e experiências que deverão compor um documentário sobre a diversidade cultural brasileira, com ênfase na resistência e força dos povos indígenas da Amazônia.
Fonte: Contilnet