Vereador defende que Centro Pop permaneça no centro e diz que Rio Branco deve ter outras três unidades

Kamai defende que Rio Branco tenha, pelo menos, quatro unidades do Centro POP/Foto: Reprodução

Em entrevista ao ContilNet, nesta segunda-feira (26), o vereador André Kamai (PT) foi questionado sobre um tema que tem gerado polêmica em Rio Branco: a mudança do Centro Pop — que atende pessoas em situação de rua e funcionava, anteriormente, no centro da cidade — para o bairro Castello Branco, na Baixada da Sobral.

Kamai entende que a situação foi causada pela gestão do prefeito Tião Bocalom.

“Essa situação não caiu como uma bomba no colo do prefeito. Ela foi armada pela gestão, que manteve o Centro Pop, durante toda a gestão anterior, em um local precário, com pouquíssimas condições de atendimento, e não deu atenção à política voltada para as pessoas em situação de rua, justamente quando essa população vem crescendo em Rio Branco. Essa população não existe por causa do Centro Pop; é o Centro Pop que existe por causa dela”, destacou.

O vereador afirmou que a Prefeitura de Rio Branco não possui uma política de distribuição de alimentos para a população em situação de rua.

“A população de rua tem o Centro Pop como referência. É importante dizer que há um processo de marginalização dessa política pública. O Centro Pop não pode ser um lugar onde se distribui alimentação. Aí as pessoas perguntam por que está lá: porque a Prefeitura não tem uma política de distribuição de alimentação. Acabou que o Centro Pop teve que acolher essa ação”, pontuou.

Kamai disse que Rio Branco precisa ter pelo menos quatro unidades do Centro Pop funcionando e defende que uma delas permaneça no centro da cidade.

“Hoje, a nossa maior concentração de pessoas em situação de rua é no centro da cidade. E, na minha opinião, o Centro Pop deve estar onde as pessoas estão, e não as pessoas irem onde o centro está. É preciso ter um Centro Pop no centro da cidade. Temos um Centro Pop em Rio Branco, quando deveríamos ter quatro. Poderíamos ter um Centro Pop naquela região? Poderíamos — para atender as pessoas que já ficam naquela região, e não para levar as pessoas para lá. Precisamos de um Centro Pop no centro e em outras áreas onde há maior concentração de pessoas. Esse deslocamento está equivocado”, argumentou.

De acordo com o vereador, o problema do centro de Rio Branco não é o Centro Pop nem as pessoas em situação de rua, mas sim o abandono do local pelo poder público.

“O movimento no Castello Branco não é o primeiro. Houve o movimento no centro da cidade, por parte dos comerciantes. O problema do centro da cidade não são as pessoas em situação de rua; o problema é a economia fragilizada e o abandono do centro por parte do poder público. O centro está se desmoronando. Até a mão da estátua do Chico Mendes já foi roubada. A beira do rio está desbarrancando. Temos problemas de toda ordem ali. Os espaços que antes tinham movimentação cultural e atividades foram abandonados, porque não há mais ações que movimentem esses lugares”, destacou.

“Esse problema não surgiu do nada, e não foi a mudança do Centro Pop que o causou. Isso vem de muito tempo. A ideia de que o Centro Pop é um acumulador de pessoas problemáticas vem justamente da desorganização da política para pessoas em situação de rua”, acrescentou.

Durante a entrevista, Kamai disse que o Ministério Público do Acre (MPAC) cumpriu seu papel ao exigir da Prefeitura de Rio Branco a adoção de algumas medidas.

“O MPAC está fazendo o seu papel. Quando o secretário da SADH assumiu, ele deu duas declarações graves: disse que havia muito ‘malandro’ no Centro Pop e que o local não distribuiria mais comida. O MPAC, para não deixar a população de rua ser ainda mais marginalizada, entrou com uma ação civil pública”, salientou.

Por fim, Kamai afirmou que considera legítima a manifestação dos moradores do bairro Castello Branco, pois estão com medo.

VEJA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:

Fonte: Contilnet

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