Zé Adriano é o 5º dos 8 deputados do Acre a assinar proposta de apoio à urgência ao projeto de anistia do 8/1

Senador Márcio Bittar manifestou agradecimento aos parlamentares/Foto: Reprodução

O deputado Zé Adriano (Progressistas-AC) juntou-se à parte da bancada acreana na Câmara Federal que assinou o pedido de urgência proposto pela oposição sob liderança do PL para a tramitação e posterior votação do projeto de lei que estabelece anistia para os envolvidos e presos nos atos violentos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

Com a adesão de Adriano, sobe para cinco o número de deputados acreanos que apoiam a ideia – já haviam assinado Coronel Ulysses e Eduardo Velo, do União Brasil, Roberto Duarte, do Republicanos, e Zezinho Barbary, do PP. Deixaram de assinar as deputadas Antônia Lúcia, do Republicanos, Meire Serafim, do União Brasil, e Socorro Neri, do PP.

O senador Márcio Bittar (UB-AC), um dos articuladores pela tramitação e votação da proposta, se manifestou no início da noite desta segunda-feira (14), em agradecimento aos deputados que apoiam a ideia. “Esses demonstraram que têm compromisso com a Justiça e com a Direita deste país”, disse o senador ao agradecer cada um dos cinco deputados que assinaram favoravelmente a proposta.

Mas, enquanto o PL e os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Márcio Bittar, comemoram o protocolo da proposta no sistema da Câmara, começam a surgir em Brasília informações de que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva está usando sua força para fazer com que deputados dos partidos que têm ministérios no Governo – caso do MDB, União Brasil, Republicanos e Progressistas – retirem seus nomes da lista. O “rolo compressor”, como é chamada essa atividade, seria pilotado pessoalmente pela ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais. Seria esta a resposta do Governo por não ter conseguido evitar a apresentação do requerimento de urgência do projeto da anistia.

A nova estratégia do Palácio do Planalto prevê “ir para cima” e ameaçar tirar cargos de deputados de partidos com ministérios no governo que assinaram o requerimento de urgência do projeto. O governo também pretende argumentar com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que ele deveria respeitar a fila de mais de dois mil pedidos de urgência que aguardam votação.
Com o argumento, o objetivo de lideranças governistas é fazer com que o requerimento de urgência do PL da Anistia fique esquecido, assim como outras propostas que estão na fila.

Ao todo, 146 deputados de partidos da “base” de Lula assinam urgência. Há, ainda, informações de que integrantes do Palácio do Planalto ficaram irritados com o apoio à urgência do projeto da anistia de parlamentares de siglas que, em tese, pertencem à base do governo. Dos 264 deputados que assinaram o requerimento, 146 são de partidos que têm, pelo menos, um ministério no governo Lula.

No início desta noite de segunda-feira, pelo menos uma deputada, cujo nome estava na lista dos 264 apoiadores da proposta de anistia, já havia voltado atrás em relação a seu apoio. Trata-se da deputada Helena Lima (MDB-RR), segundo confirmou o líder do PL, Sostenes Cavalcante, que disse não saber quais os motivos alegados pela parlamentar para retirar seu nome da lista de apoio.

Helena Lima foi eleita deputada em 2022, com 15,8 mil votos. O marido da deputada, Reildo Lima, é um empresário da área de táxi aéreo que tem negócios com o Governo através do Ministério da Saúde. Ele foi preso em setembro de 2024 pela Polícia Federal com R$ 500 mil em espécie — parte do valor estava escondida na cueca.

Junto com o marido, a deputada fundou em 2021 a agência de viagens “Asatur Turismo”. Atualmente, a empresa integra um grupo que inclui a Asatur Transporte e a própria Asatur Turismo. O marido da parlamentar celebrou, em janeiro de 2025, um contrato de R$ 15,8 milhões com o Ministério da Saúde. O acordo, firmado neste ano, tem duração de 12 meses e prevê a prestação de serviços de transporte aéreo ao Sistema Único de Saúde (SUS) na região Yanomami, no Norte do país.

No total, a Voare já recebeu R$ 610,6 milhões da União. O grupo foi beneficiado com isenções fiscais no valor de R$ 11,5 milhões e obteve R$ 3,1 milhões por meio de emendas parlamentares. Desde a posse de Helena para seu primeiro mandato como deputada federal, em janeiro de 2023, a empresa firmou 17 contratos com o governo federal.

Anieli

Fonte: Contilnet

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